O Brasil é o quarto maior produtor mundial de suínos, mas a maioria das fazendas precisa lidar com o calor extremo. Altas temperaturas ambientes podem representar um sério problema para os animais de fazenda, causando estresse térmico. Isso pode afetar seu crescimento e diminuir os resultados econômicos das propriedades. Os porcos em quase todas as fases de produção são afetados pelo estresse térmico: porcas prenhas, porcas lactantes e porcos de engorda.
Quando um suíno sofre estresse térmico?
O estresse térmico ocorre quando o corpo não consegue regular sua própria temperatura (Copernicus, 2024). Ele começa quando o animal está fora de sua zona térmica neutra. Isso é influenciado pela temperatura externa e pela umidade. Para um suíno de engorda de 50 kg, a zona de estresse térmico começa a partir dos 25°C. Isso significa que, acima de 25°C, um suíno com esse peso começa a experimentar os efeitos negativos.
A zona térmica neutra da porca situa-se entre 12 e 20°C, enquanto a dos leitões está entre 27 e 30°C. Na maternidade, é comum manter a temperatura das salas entre 21 e 25°C, junto com ninhos aquecidos, para criar um ambiente favorável aos leitões. Portanto, as porcas lactantes também podem sofrer estresse térmico, independentemente da estação ou da região. Ele também pode afetar as porcas prenhas e impactar sua descendência.

Como o estresse térmico afeta a produtividade dos suínos?

Vários estudos destacam os efeitos negativos do estresse térmico sobre o desempenho reprodutivo das porcas e o crescimento dos suínos. Em porcas lactantes, um aumento da temperatura de 18°C para 29°C reduziu a produção de leite entre 12% e 26%, o que impactou o crescimento da leitegada (em média -15 kg de peso da leitegada; Quiniou et al., 2000; Renaudeau e Noblet, 2001; Silva et al., 2009).
Porcas expostas ao estresse térmico durante a gestação sofreram partos prematuros. Além disso, seus leitões nasceram com menor peso, e essa redução se manteve até o abate. Em suínos de engorda, o aumento da temperatura provocou uma diminuição no consumo de ração e no ganho de peso (Lee et al., 2019), reduzindo assim o peso da carcaça no frigorífico.
Como atenuar os efeitos negativos do calor em suínos?
Podem ser aplicadas várias estratégias nutricionais e de manejo para atenuar os efeitos negativos do estresse térmico: dispor de um bom sistema de ventilação, aumentar o fluxo de ar nas instalações, nebulizar água, reduzir a densidade dos currais, fornecer água de alta qualidade e ad libitum, e utilizar aditivos alimentares.
Focando nos aditivos alimentares, a Phodé busca desenvolver soluções que ajudem os suínos a se adaptarem melhor às condições de estresse térmico, com possibilidade de atuação:
- Em nível comportamental, para melhorar a ingestão de ração e manter atividades normais.
- Em nível fisiológico, para melhorar a resposta do organismo.
- Em nível comportamental, a suplementação com um ingrediente funcional sensorial à base de cítricos pode ajudar os suínos a lidarem melhor com o estresse psicossocial que enfrentam em ambientes desafiadores. Essa solução contribui para a manutenção de comportamentos normais como a ingestão de água e de ração.
Um ensaio conduzido pela Phodé com porcas lactantes em condições de estresse térmico demonstrou que a suplementação da dieta com o ingrediente funcional sensorial à base de cítricos aumentou a ingestão de ração em 10%, o que resultou em um aumento de 4% no peso da leitegada ao desmame.
Em conclusão, o estresse térmico pode afetar tanto as porcas quanto os suínos em todas as fases da produção, com efeitos de longo prazo que impactam nos resultados reprodutivos e no crescimento. Duas abordagens podem ser adotadas para ajudar os animais a enfrentar o calor: melhorar sua resistência em ambientes desafiadores e apoiar sua fisiologia.